Os Desafios de Avaliar Bancos

Neste bimestre, no curso de Avaliação de Empresas que leciono na FGVSP, apresentei e discuti com os alunos três estudos de caso de minha autoria. O primeiro foi sobre a aquisição de uma empresa pelos seus diretores que não possuíam capital próprio para fazê-lo (MBO/LBO). O segundo sobre uma empresa de varejo que pediu concordata e precisava ser vendida para sobreviver. O terceiro, escrito em parceria com João Mesquita da Ernst & Young, foi sobre um banco regional de médio porte que precisava crescer e melhorar sua rentabilidade, mas seus acionistas não estavam dispostos a injetar novos recursos, além de exigir maiores dividendos.

O terceiro caso era, sem dúvida, o mais complexo. Avaliar um banco sempre é um grande desafio. Há pouca literatura disponível no Brasil e no mundo. Além das peculiaridades contábeis, os métodos de avaliação diferem do tradicional fluxo descontado de caixa.

Ao fim do curso, na prova final, pedi aos 23 alunos que escolhessem um dos três casos para analisar. Para minha surpresa, quase metade da sala optou por analisar o banco. O segundo colocado foi o MBO/LBO, acredito que devido ao perfil empreendedor dos alunos que almejam um dia ter suas próprias empresas.

Me pareceu muito curioso o interesse pelo caso do banco, dada a complexidade deste. Mas, aparentemente, foi justamente esta dificuldade que motivou os alunos a discorrer sobre ele.

E você, já teve alguma experiência em avaliação de bancos? Compartilhe suas dúvidas e certezas conosco.

Um abraço,

Eduardo Luzio

Sobre Eduardo Luzio

Economista pela USP (88) e PhD pela PhD University of Illinois (93). Consultor em finanças corporativas e estratégia. Professor de finanças na FEA-USP, FGV -SP e Insper.

4 Respostas para “Os Desafios de Avaliar Bancos”

  1. Professor, eu fui um destes 23 alunos. Apesar de não ter discorrido sobre este caso na prova final, com certeza o caso sobre bancos foi o mais interessante e difícil. A dinâmica das discussões sobre as análises dos alunos nos deu um feeling peculiar sobre a grandeza dos números e acredito que para quem um dia fizer o valuation de um banco, com certeza entenderá do que estou falando. Agradeço pelo semestre e aproveito para dizer que foi uma das matérias que mais aproveitei.

    Um abraço

    Alfredo Mangabeira

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    • Alfredo, agradeço muito seus comentários aqui e em sala de aula neste semestre que passou.

      Toda vez que penso em quão complexo é avaliar um banco, me preocupo, pois estes respondem por parte significante do valor das ações em bolsa, além de sua função econômica para a sociedade.

      Um abraço,

      Eduardo Luzio

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      • Sou ex-aluna do curso de MBA da FGV/RJ, eu tenho como ter acesso a alguns desses estudos.

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      • Olá Roseli, se puder compartilhar estes estudos e/ou as referências bibliográficas será ótimo. Hoje, mais do que nunca, vejo que a questão dos bancos é crítica. Nesta manhã, a manchete do caderno de economia do jornal Estado de São Paulo lê-se: “Em seis anos, Tesouro injetou R$ 390 bi em bancos públicos para estimular o crédito”. Esse aporte mais o fato dos bancos públicos não poderem reduzir seus quadros podem gerar muitos prejuízos se os problemas da economia brasileira se agravarem. Um abraço e agradeço seu apoio. Eduardo

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